Energia e PIB
Tipicamente, entende-se que a demanda ou produção de energia elétrica é uma variável proxy razoável para o PIB. O aumento da renda tende a ser acompanhado de maior demanda por energia elétrica pelo lado dos consumidores. Por outro lado, a indústria, comércio e serviços em geral utilizam a energia elétrica como importante insumo; assim, um aumento da produção será acompanhado por maior demanda de energia elétrica.
Quando se olha para o comportamento destas séries de tempo no Brasil surge um curioso gráfico. De 2003 a 2014, o crescimento das séries do PIB, do IBC-Br e de demanda total de energia elétrica no país são muito similares. A partir deste ponto, parece haver uma divergência na taxa de crescimento das séries. O consumo por energia elétrica rapidamente se recupera e volta a exibir uma tendência de crescimento. Já o PIB e especialmente o IBC-Br passam um maior tempo estagnados e demoram a voltar a crescer.
No gráfico abaixo, tanto a série do PIB como a do IBC-Br estão dessazonalizadas. Mostra-se a tendência do consumo de energia elétrica, usando uma decomposição STL.
O segundo gráfico divide o consumo em três grandes grupos: comercial, industrial e residencial. Neste gráfico, vê-se como a demanda por energia elétrica da indústria começa a divergir das demais após a Crise de 2008 e depois cai novamente na Crise de 2014. De maneira geral, o consumo de energia elétrica residencial parece ser o menos afetado por crises econômicas.